A pandemia do Coronavírus provocou diversas mudanças nos hábitos de vida das pessoas, inclusive na forma de trabalhar. Em meio às recomendações dos órgãos de saúde para o isolamento social, a solução encontrada por muitas empresas foi o trabalho remoto, conhecido como home office.
Mas essa medida, adotada com o propósito de resistir à crise deve causar impactos irreversíveis. Algumas pesquisas já apontam para isso.
O estudo “Tendências de Marketing e Tecnologia 2020: humanidade redefinida e os novos negócios” realizado pelo coordenador do MBA em Marketing e Inteligência de Negócios Digitais da Fundação Getúlio Vargas, André Micheli, por exemplo, aponta um crescimento de 30% do home office no Brasil, após a pandemia.
Mas há quem discorde dessa tendência, por conta dos desafios tanto para as empresas como para os colaboradores.
Crescimento do home office nos últimos anos
Mas o home office não é uma novidade causada pela Covid-19. Já em 2018, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que 3,8 milhões de pessoas trabalhavam em casa, em decorrência, principalmente, do aumento do trabalho informal e da Reforma Trabalhista que regulamentou o trabalho remoto.
É claro que esse número ganhou uma proporção ainda maior, por conta da pandemia do Coronavírus e a tendência é que, com o fim da crise, essa modalidade de trabalho seja uma das principais alternativas das organizações.
Entretanto, para que isso se estabeleça de forma saudável para ambas as partes, algumas barreiras precisam ser vencidas e são justamente elas que podem impedir essa modalidade de trabalho.
O que diz a legislação?
Com a Reforma Trabalhista em 2017, diversas situações que não eram regradas pela CLT foram modificadas, entre elas a prestação de serviços em regime de trabalho remoto, que consta no artigo 75-A da Consolidação.
Assim, de acordo com a Lei 13.467, o home office, chamado de teletrabalho, consiste no serviço prestado fora das dependências da empresa, que utiliza ferramentas tecnológicas e cuja natureza não se caracteriza como trabalho externo.
Portanto, independentemente da pandemia, o home office é amparado pela legislação, que considera essa modalidade uma atividade profissional regulamentada.
O que mudou com a pandemia do Coronavírus?
Com o surto do Coronavírus no Brasil e com o objetivo de preservar os empregos no país, o Governo Federal aprovou a Medida Provisória 927 que prevê mudanças no contrato de trabalho e em alguns direitos trabalhistas, durante a pandemia.
Por meio dessa MP, houve uma desburocratização na implantação do trabalho remoto. Por outro lado, estabeleceu algumas regras para garantir os direitos de trabalhadores e empresários relacionadas à jornada de trabalho e questões como 13º salário e férias remuneradas.
Desafios do home office para empresas e colaboradores
Um dos principais desafios enfrentados pelas empresas, com relação a essa modalidade de trabalho, refere-se ao fato de gestores não conseguirem ou não gostarem de exercer a liderança à distância e confiar que os trabalhadores se autogerenciem.
Porém, vale destacar que presença física não necessariamente é sinônimo de produtividade, portanto, os gestores precisam repensar essa forma de atuação nas empresas que adotarem o home office após a pandemia.
Já para os colaboradores, o principal desafio pode ser a adaptação para executar as tarefas em meio às demandas de casa, tentando buscar um equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Aspectos como estes são considerados, por muitos especialistas, razões suficientes para que as empresas hesitem em tornar essa modalidade como principal após o fim da crise.
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